25 anos. “Há 25 anos que ando nisto”, penso para mim própria. Na minha playlist toca Nina Simone, “It’s a new day” – que feliz coincidência. A trabalhar, desde 1998, em organizações portuguesas, acusei em 2017 o cansaço evidente de quem se move nas áreas da gestão e dos Recursos Humanos – aliás, das Pessoas. Sempre centrada nas Pessoas e a acreditar no seu potencial, mas também a sentir que, muitas das vezes, não conseguimos encontrar o nosso espaço nem um ambiente que seja, efetivamente, estimulante. Com algumas exceções, claro.
Vi pessoas desmotivadas que seguiram as suas vidas profissionais em torno de uma “mudança / redesenho de carreira” e também vi pessoas desmotivadas que escolheram ficar onde estavam. Ambas são alternativas possíveis na gestão da carreira. São escolhas.
Pessoalmente, segui o caminho do empreendedorismo – a full time – e criei a minha empresa em 2017, deixando o mundo corporativo, mas paradoxalmente abraçando-o com um propósito: trazer mais vida e entusiasmo ao “mundo dos recursos humanos”.
O meu caminho de empreendedorismo
Nunca, até então, tinha pensado em ter o meu próprio negócio (por isso, nunca digam nunca!); não se tratou de um sonho de criança, mas antes de uma inquietação de uma profissional adulta e mentalmente saudável: trazer entusiasmo, um novo olhar e uma palete de cores às experiências de aprendizagem. Procurando trazer abordagens mais frescas, vívidas, ao nível da gestão das Pessoas, desde o desafiante momento da atração de talento, mas também no crítico momento do seu desenvolvimento.
Professora de LEGO
Professora de LEGO! A sério? (e tive de ir estudar para isso, para que conste). Quando os LEGOs entram nas salas ainda há um certo olhar incrédulo da audiência. Ainda bem, é sinal de que há trabalho a fazer. Continuo a apreciar o desconforto que se instala. E que se quebra no decurso das jornadas de aprendizagem, por entre papéis, canetas de cor, lápis e, nas sessões mais arrojadas, aplicações digitais. Nada é mais gratificante do que ver os “adultos sérios” a brincar e a serem criativos – quando, muitas das vezes, já tinham anulado o seu lado criativo e divertido e desistido de si próprios, incorporando, diariamente, personas que alguém desenhou para eles.
Se ainda estiverem por aí a ler, provavelmente perguntam-se o porquê desta conversa toda, na primeira pessoa. Atrevo-me a dizer que é um pouco da história real de alguém que se cansou do business as usual e que leva muito a sério a missão de ajudar as pessoas (e as equipas às quais pertencem) a serem mais empreendedoras, comunicativas (no seu estilo, claro) e criativas. Capacitando-as para que, em vez de desculpas, se foquem em possibilidades e soluções. Para que parem para pensar no seu potencial e nas suas escolhas. Para que desacelerem, enquanto estão em modo play. Para que depois, desenfreadamente, voltem a ser elas próprias e que possam contribuir mais nos seus projetos profissionais, “por conta de outrém” (o que eu abomino esta expressão, fica escrito…) ou por sua iniciativa. O que importa é fazer, começar algo, por mais pequeno que nos pareça. Promover esta mentalidade empreendedora.
Esta é, na verdade, apenas mais uma história, mas sonho com o dia em que todos nós possamos estar a viver o momento profissional que queremos. Que tenhamos atitude para dizer sim, não, basta ou quero mais. O que fizer sentido. De propósito.
É com estas imagens vívidas no pensamento que espero continuar por mais 25 anos. Um dia de cada vez… And I feel good! Espero que vocês também.