Nos últimos anos, o mercado de trabalho em Angola tem passado por diversas transformações. Com a chegada de empresas estrangeiras e a expansão de negócios locais, a necessidade de adaptar as práticas de recursos humanos ao contexto angolano tem se tornado cada vez mais evidente. Nesse sentido, a tropicalização do RH tem sido um tema recorrente entre os profissionais da área, que buscam entender como adaptar as melhores práticas internacionais às particularidades do mercado de trabalho angolano.
Todos os países têm características específicas que os colocam num patamar diferenciado. Com duas estações, estação das chuvas e estação seca (cacimbo), estando na zona intertropical e subtropical do hemisfério Sul, Angola é portanto, um país tropical.
Boas práticas de gestão de RH em Angola
Quando pensamos em boas práticas de gestão de Recursos Humanos, tendemos a considerar os processos adotados pelos países mais avançados. Práticas que transportam no seu DNA a busca pelo melhor resultado, assumindo sua adaptação automática em todas as realidades, deixando muitas vezes de parte às Pessoas.
As grandes empresas, com acesso ao conhecimento universal e a globalização, buscam a todo custo implementar uma dinâmica de alcançar objetivos, tendo o lucro, a expansão e desenvolvimento como foco principal. A globalização tem uma grande responsabilidade na circulação do capital transfronteiriço, mas também na mobilidade do trabalho e dos processos atrelados a ele. Estes mesmos processos, trazidos pela globalização e pelas grandes empresas, não são suficientemente adaptados para as realidades dos países que os acolhem, criando muitas vezes fenómenos de aceitação e aculturação esforçados. A compreensão dos processos, adaptação e adoção, tem de poder ser avaliada profundamente antes da busca cega pelo “universalismo” que, grande parte das vezes, não é compreendido, portanto, não aceite.
“Pensar global, agir local”
Espera-se dos RH em Angola que aplique a célebre frase “pensar Global agir local”, procurando perceber as dinâmicas de um país tropical, com uma diversidade cultural própria, com hábitos e costumes diversificados e cuja forma de pensar está em processo transformacional contínuo sempre na busca do desenvolvimento das Pessoas, que alcançando seu mais alto potencial, elevarão às empresas ao mais alto patamar. O RH tropical não projeta, processa ou se identifica com processos cuja aplicabilidade compatível com o polo norte mas, não necessariamente com o ambiente de uma Angola tropical. A “tropicalização” do RH em Angola, deve ter em conta a flexibilidade de pensamento local, o encorajar a inclusão de hábitos e costumes próprios alinhados com os resultados, criar um alinhamento harmonioso entre a cultura nacional e os processos universalmente aceite, passa por ajustar as metodologias e processos às condições locais, tendo como base o que os outros já experimentaram.
A cultura angolana é rica em valores e tradições que influenciam diretamente o mercado de trabalho. Para os RH que desejam tropicalizar os seus processos de Recursos Humanos, é fundamental compreender e valorizar esses aspectos culturais.
Fontes de pesquisa:
- Humanator XXl – Pedro B. da Camara, Paulo Balreira Guerra e Joaquim Vicente Rodrigues.
- Capitalismo, apenas – Branko Milanovic
- Porque falham as nações – Daron Acemoglu James A. Bobinson