O “empreendedorismo” já faz parte integrante do nosso léxico, sendo considerado por muitos estudiosos e instituições internacionais (como a OCDE ou a Comissão Europeia) um dos maiores motores de desenvolvimento económico e social, contribuindo para a geração de riqueza, emprego e bem-estar.
Antes de avançar, contudo, vale a pena definir o que entendemos por empreendedorismo. O “empreendedorismo” designa o processo de identificação e exploração de uma nova oportunidade, oportunidade essa que pode ser um novo negócio, um novo projeto ou uma nova linha de produto ou serviço. Está intimamente relacionado com a inovação, pelo que a produção de “algo” novo está na essência do “empreendedorismo”. Por isso, são muitos os benefícios associados ao desenvolvimento do empreendedorismo: ao serem inovadoras, as organizações tornam-se diferenciadas e mais competitivas no mercado, oferecendo produtos e/ou serviços únicos e distintivos, que atraem novos consumidores. Também os colaboradores beneficiam, ao verem as suas ideias implementadas e principalmente por serem reconhecidos pelo “bom trabalho desenvolvido”.
Desenvolvimento de uma cultura empreendedora
Dadas estas mais-valias, são cada vez mais as organizações que investem no desenvolvimento de uma cultura empreendedora, implementando um sistema de práticas de gestão de recursos humanos (PGRH) que reforça positivamente os comportamentos como a “exploração”, de novas formas de fazer, a “experimentação”, sem receio de erro, ou o teste de novos protótipos.
Exemplo do grupo 3M:
Como exemplo, podemos citar o grupo 3M (famoso pelo lançamento do post-it), que é considerado por muitos uma das corporações mais empreendedoras do mundo.
Em termos de PGRH, a 3M aposta em práticas inovadoras, como as atividades de I&D (em que a “avaliação de desempenho” inclui objetivos de I&D para os colaboradores), a delegação de responsabilidades (passando os colaboradores a deter grande autonomia e sendo responsabilizados por isso), ou a “regra dos 15%” (em que cada colaborador é encorajado a dedicar 15% do tempo de trabalho no desenvolvimento de ideias próprias). E têm sido muitas as inovações produzidas, desde logo o próprio post-it, que surgiu de um “erro”, em que o colaborador, ao invés de esconder e deitar fora, ficou a pensar em possíveis outras aplicações e partilhou com o grupo e com o líder.
Em conclusão, as empresas e organizações devem apostar cada vez mais numa cultura empreendedora, que fomente a inovação e a novidade, em prole da sua vantagem competitiva, da motivação das suas pessoas e da própria comunidade, que vê a imagem diferenciadora da empresa no mercado e quer também ela “fazer parte” integrante.