O mundo da tecnologia evolui a grande velocidade, o que proporciona às empresas grandes oportunidades de negócio, como também enormes desafios. Este crescimento traz um novo nível de complexidade aos líderes, que têm de gerir toda a nova oferta tecnológica e adotá-la, para garantir que as suas empresas se mantêm competitivas. No entanto, muito poucos têm conhecimento tecnológico suficiente para tomar decisões informadas.
E, tendo em conta que estamos a evoluir a um ritmo imparável, como podem os líderes, tomar decisões que maximizem o seu potencial? Chegou o momento em que precisam de aprender sobre tecnologia da mesma forma que aprendem sobre negócios. E os Recursos Humanos (RH) são basilares para garantir que todos os níveis da organização adquirem estas competências técnicas, porque hoje, a tecnologia é o negócio.
Como podem os RH potenciar as competências digitais e tecnológicas
É por isso que os RH são fundamentais para desenvolver e potenciar uma cultura de aprendizagem. Esta cultura tem de ser difundida por toda a organização, no entanto, os obstáculos surgem de várias formas. O meu colega Phil Le-Brun (AWS – Amazon Web Services Enterprise Strategist e antigo Global Technology Development na McDonald’s) identificou alguns, mas percebemos rapidamente que a maior parte são transponíveis:
- Não existem meios para investir em todas as competências necessárias: A realidade é que, se adotarmos uma visão estratégica das competências necessárias e da forma como adquiri-las, percebemos rapidamente que uma aposta em formação direcionada pode ser extraordinariamente rentável.
- Não há tempo para investir em formação: é verdade, todos temos uma agenda bastante preenchida, mas mais do que isso, precisamos de compreender a importância de investir na definição de prioridades e organização do nosso tempo.
- Cargos tecnológicos exigem maior remuneração, não é possível arranjar as pessoas `certas´: a realidade é que, se houver, dentro da organização, um bom programa de requalificação de competências, conclui-se que a equipa de que se precisa é a equipa que já tem. É, também, de grande importância investir em talento júnior: trabalhar com os RH na construção da proposta de valor para os colaboradores, de forma a que seja atrativa para novos talentos. Contratar profissionais em início de carreira, de acordo com dados da AWS, traz um maior ROI (+234%), e a retenção (10-35%) e permanência (19%) destes RH é mais elevada.
- Os colaboradores não querem aprender: as pessoas querem aprender coisas que lhes sejam úteis. A cultura de aprendizagem deve proporcionar uma capacitação adequada a cada um: ‘um tamanho único não serve para todos’.
- Formam-se as pessoas e depois vão embora: citando Luc Hennekens, “O desgaste acontecerá sempre. É melhor perder 20% e ter 80% de pessoas competentes do que ter 10% de pessoas competentes e não perder ninguém”.
Trabalho numa empresa que é considerada como uma ‘organização de aprendizagem’, e tento sempre proporcionar oportunidades de requalificação aos nossos colaboradores e contratar colaboradores que compreendam necessidade duma aprendizagem contínua. No nosso setor, da tecnologia e inovação, apostamos em programas de financiamento de propinas – que permitem aos colaboradores acalçarem as suas aspirações – e na disponibilização de formações em competências da cloud – que têm como objetivo melhorar as competências de 29 milhões de pessoas nestas áreas.
Para serem bem-sucedidas, as empresas devem incorporar a formação no seu ADN. Só assim conseguirão o melhor talento e os melhores resultados.