Afinal, o que é que os trabalhadores procuram num emprego – e numa empresa? Neste artigo, mais do que nos focarmos nos gestores e profissionais de RH, fomos Aqui ficam as 7 respostas (deles!).
1. Salários justos
Como diz Iza Martins, técnica de Turismo, “todos temos algo para pagar”. Logo, a remuneração – justa – continua a ser essencial na hora de medir a satisfação de um colaborador. Mas o salário é muito mais do que uma transferência bancária no fim de cada mês. É também uma forma de medir o reconhecimento pelo trabalho feito: através dele, o colaborador sente que o esforço, a dedicação e os resultados são valorizados. Logo, um salário demasiado baixo ou horas extra que não são pagas são extremamente desmotivadoras.
2. Compensações extra
A par do ordenado, os benefícios complementares são outra forma de compor o ordenado e de o valorizar. Os benefícios complementares têm isenção de IRS, de SS, ou de ambos para o colaborador e para a empresa. Além disso, passam também uma forte mensagem sobre a empresa e os seus valores.
Uma empresa que permite aos colaboradores pagar a creche dos filhos com parte do seu saldo de benefícios flexíveis, por exemplo através do uso de vales infância, é uma empresa que se preocupa com a família. Se opta por oferecer acesso a serviços de saúde mental ou a ginásios, claramente incentiva o cuidado e o bem-estar dos colaboradores.
E estes são apenas alguns exemplos de benefícios que podem dizer muito sobre uma organização e os seus valores. Até porque, hoje em dia, há muito para explorar – e oferecer!
3. Flexibilidade de horário
Poder entrar entre as 8h00 e as 10h30 pode ser um passo. Contudo, um passo ainda maior e mais significativo para estimular a produtividade e a criatividade de um trabalhador pode ser, por exemplo, permitir uma total flexibilidade de horários. Deste modo, ele trabalhará quando realmente se sente mais motivado e capaz.
Ao encontro deste ponto vai o estudo “O Estado da Compensação 2021-22 – um estudo sobre o futuro do trabalho e o trabalho do futuro”, realizado pela Coverflex com o apoio da APG, que foi conduzido com o objetivo de fazer o levantamento e o mapeamento de questões relacionadas precisamente com a flexibilidade – de horário e de espaço de trabalho -, compensação e benefícios flexíveis, entre outras medidas, políticas e dinâmicas profundamente ligadas ao bem-estar dos colaboradores numa empresa. Dos 814 participantes no estudo, quase 60% gostavam de experimentar trabalhar 40 horas semanais distribuídas por apenas quatro dias da semana. Em contrapartida, 30% dos participantes no estudo gostavam de testar uma lógica mais reduzida de trabalho de 32 horas semanais, mesmo que isso pudesse significar um corte de salário. Ainda assim, 7 em cada 10 participantes consideram ter um horário de trabalho “flexível” ou “muito flexível”.
Já no 1.º Relatório Anual do Estado do Trabalho Remoto em Portugal, levado a cabo pela Remote Portugal entre janeiro e março de 2021, a questão da flexibilidade foi também tida em conta, e as principais melhorias sentidas pelos inquiridos foram na qualidade de vida familiar e pessoal, mas também na produtividade.
4. O projeto
Podendo escolher, parece também claro que a maioria prefere trabalhos com os quais se identifique. “O trabalho tem de me ‘acrescentar alguma coisa‘ como profissional e como pessoa” diz Ana Molarinho, profissional de Marketing.
Há cada vez mais candidatos a preferir empresas cujos valores estão alinhados com os seus. Do outro lado, também as empresas que se preocupam em apresentar os seus valores e a trabalhar (e contratar) nesse sentido. Como tal, os valores não podem ser ocos, têm de ser encarados de forma séria e vividos com compromisso.
Veja o caso da Apple, onde além do CV também a personalidade do candidato é tida em conta na hora de recrutar. Nesse sentido, a Apple prefere contratar pessoas com uma mente inovadora e que possam realmente fazer a diferença, dando-lhes depois tempo e incentivos para desenvolver os seus projetos pessoais.
Ou a Bumble que, em todos os seus anúncios de trabalho, começa por sublinhar que “We strongly encourage people of colour, lesbian, gay, bisexual, transgender, queer and non-binary people, veterans, parents, and individuals with disabilities to apply.”
5. Ambiente de trabalho
- Oito horas por dia
- 40 horas por semana
- 160 horas por mês
- …
Efetivamente passamos muito tempo no trabalho. Por essa razão, um ambiente saudável e amistoso é essencial para muitos colaboradores.
Muitas vezes, mais do que o salário ou o projeto, são as pessoas que “prendem” os trabalhadores a um emprego – seja porque apreciam a atmosfera do escritório, seja porque gostam dos colegas de trabalho e ou porque é ali que estão os seus amigos!
Atualmente, também as empresas parecem mais conscientes desta questão, investindo em atividades de team building para reforçar os laços entre os colaboradores. Vários estudos demonstram que quando há confiança, também a produtividade e o rendimento aumentam.
6. Equipa estável
Para Maria João Castelo, técnica de Recursos Humanos, a estabilidade da empresa é um fator que sempre considera.
Enquanto numa startup os procedimentos ainda estão em criação e o ambiente é sempre mais intenso, os de uma organização mais madura – espera-se – são o oposto. “Espera-se”, voltamos a dizer, que os processos já estejam criados e que haja uma maior organização e constância nos fluxos de trabalho. Logo, à partida, é mais fácil o colaborador integrar-se na rotina (e hierarquia) laboral. Paralelamente, de uma empresa estável também se espera que haja uma maior probabilidade de crescer e, assim, fazer carreira – mas, sobre isso, falamos já a seguir!
6. Liderança alinhada
Independentemente de se tratar de uma startup ou de uma empresa estabelecida no mercado há décadas, haver uma liderança alinhada e consistente no rumo a seguir é meio caminho andado para que as equipas sejam unidas, motivadas e produtivas.
Perante uma liderança coesa e alinhada, que transmite os objetivos da empresa de forma clara e consistente, os colaboradores vão poder desenvolver a autonomia de tomar decisões informadas e de acordo com o caminho que a organização pretende seguir, otimizando recursos e criando um ambiente de confiança e transparência na empresa.
7. Progressão na carreira
A relação entre o empregado e o empregador tem sempre dois lados. Por um, o empregador espera que o colaborador, efetivamente, trabalhe e contribua para os objetivos da empresa e para o crescimento e lucro desta. Por outro, também o trabalhador tem direito a esperar mais da empresa – mais do que “apenas” o pagamento ao fim do mês ou um horário flexível.
Falamos, então, de progressão de carreira: a possibilidade de crescer dentro da empresa, assumindo novas responsabilidades e cargos hierarquicamente superiores. Neste contexto, apostar na formação dos profissionais, dando-lhes espaço para que cresçam e aprendam, é outro atrativo.
Que mais acrescentaria nesta lista? Adoraríamos saber a sua opinião!