A escassez de profissionais qualificados motivado por um mercado hipercompetitivo tem sido um dos principais temas debatidos nas organizações, desafiando a todos os níveis o trabalho desempenhado pela Gestão de Pessoas.
De acordo, com um estudo recente desenvolvido pela Gartner, quase 70% dos profissionais de Recursos Humanos sentem que, neste momento, é mais difícil priorizar as tarefas do que antes da pandemia. Este indicador revela a necessidade emergente de acompanhar as tendências do mercado e, acima de tudo, não sobrecarregar o departamento de Gestão de Pessoas permitindo chegar a todos os colaboradores, dando abertura à integração de um aliado que tem uma visão privilegiada sobre toda a organização, negócio e pessoas – o Marketing.
Com a mudança na dinâmica de contratação – já não são as empresas que escolhem os candidatos, mas sim os candidatos que escolhem as empresas -, o Marketing surge como um dos principais embaixadores da inovação com o intuito de apoiar a adoção e capacitação de tecnologias que elevem o desempenho das equipas de RH, colaborar na definição das políticas e cultura organizacional e, principalmente, no fortalecimento da marca empregadora.
Employer Branding
O Employer Branding tem sido um tema comum entre as organizações, colocando em perspetiva o trabalho conjunto entre Marketing e a Gestão de Pessoas. Este conceito é determinante para qualquer organização que pretenda afirmar-se no mercado enquanto uma entidade empregadora de referência, implementando estratégias que contribuam para reter, atrair e potencializar talentos.
Da mesma forma que o Marketing recorre a estratégias para promover os produtos e serviços da organização, deve aplicar estas técnicas no “mercado” dos Recursos Humanos evidenciando as boas práticas e fatores distintos da empresa com o objetivo de motivar o candidato a enviar a sua candidatura.
Atualmente, os candidatos têm acesso a informações privilegiadas acerca do panorama geral das empresas, seja através das plataformas digitais ou recomendação de amigos ou colegas. Esta abordagem mais informativa aumenta o nível de exigência às empresas, pelo que o Marketing tem como principal tarefa desenvolver uma comunicação regular e eficaz através da partilha de dinâmicas de teambuilding, eventos, iniciativas de reconhecimento, entre outras ações que permitam otimizar o tempo das entrevistas e garantir que o candidato já conhece e se enquadra com os valores da organização a que está a concorrer. Nunca esquecendo que as empresas não devem fazer para comunicar, devem comunicar por que efetivamente, fazem.
Para construir uma marca empregadora forte, as empresas têm de estar constantemente atualizadas em relação às condições e benefícios existentes no mercado para garantirem um posicionamento sólido e competitivo. As novas gerações decidem cada vez mais cedo o seu caminho profissional e tendem a procurar empresas com um propósito claro e uma visão futura sustentável. A criação de parcerias estratégicas com Universidades, Centros de Investigação, Institutos, entre outras entidades, serão determinantes para a partilha de conhecimento e preparação e desenvolvimento dos futuros profissionais.
Embora nunca seja o cenário desejado, importa lembrar que a experiência do colaborador não termina após a sua saída. É fundamental que as empresas se mantenham fiéis à sua cultura organizacional, demonstrando em todos os momentos uma total disponibilidade para ouvir, compreender e, se possível, impulsionar a mudança que seja reconhecida e desejada pelo colaborador. O ciclo de vida do colaborador, seja ele por um período curto ou longo, pode facilmente transformar-se numa vantagem competitiva face à concorrência e ser um fator decisivo para o sucesso ou fracasso de uma organização.
Hoje, mais do que nunca, as empresas devem investir na criação de estratégias de Employer Branding que visam fortalecer e potencializar as abordagens empresariais para a constante procura de perfis cada vez mais singulares.