A gestão de finanças pessoais pode ser um desafio para muitas pessoas e, essa preocupação ,pode acabar por afetar o desempenho dos colaboradores no ambiente de trabalho. Por isso, é importante que as empresas assumam um papel ativo na promoção de uma cultura financeira saudável, fornecendo aos seus colaboradores as ferramentas necessárias para gerir as suas finanças pessoais de forma eficiente.
De acordo com um estudo realizado juntamente com a OCDE, em 2020, apenas 25% dos portugueses foram considerados como tendo um nível adequado de literacia financeira, e as empresas são, a meu ver, uma parte essencial na melhoria deste indicador e no impacto que o mesmo tem.
Estudo da OCDE
A primeira medida que as empresas podem tomar é oferecer programas de educação financeira. Através de workshops, palestras ou cursos online, os colaboradores podem aprender conceitos básicos de finanças pessoais, como a importância de criar um orçamento, o funcionamento dos impostos e estimular a poupança e investimento. Essa educação financeira pode contribuir para melhorar a saúde financeira dos colaboradores, aumentando a sua motivação e produtividade no trabalho.
O tema das finanças pessoais tem recebido cada vez mais atenção e, hoje em dia, são várias as pessoas que de forma formal ou informal, se dedicam a aprender sobre o tema, contribuindo assim para uma melhor cultura financeira. As empresas podem optar por investigar se, nas suas próprias equipas, encontram alguém que se enquadre nesta situação e que possa ajudar a divulgar a mensagem internamente, criando, não só, um maior alcance destes assuntos, ao mesmo tempo que se promove uma cultura de partilha e entreajuda na comunidade da empresa.
Além disso, a empresa pode oferecer benefícios que incentivem os colaboradores a poupar dinheiro. Uma opção é a criação de planos de poupança ou de investimento, onde os colaboradores podem contribuir regularmente com um valor que será investido em aplicações financeiras, tendo sempre em consideração que devem ser disponibilizados diferentes produtos para diferentes níveis e tolerâncias de risco, estando assim acessível ao maior número de pessoas possível. Dessa forma, os colaboradores podem construir um património financeiro preparar-se para a sua reforma.
Programas de remuneração flexível e produtos de poupança ou investimento
Nos últimos anos, tem-se ouvido falar cada vez mais de remuneração flexível e a promoção de produtos de poupança ou investimento atraem bastantes colaboradores e empresas. Por exemplo, a subscrição de um PPR (Plano Poupança Reforma) em nome de um colaborador mas feito através da empresa poderá isentar ambos da contribuição para a Segurança Social relativamente ao valor que for aplicado, resultando assim numa redução fiscal significativa, ao mesmo tempo que é criada uma poupança para o colaborador.
Outra medida que as empresas podem adotar é a oferta de programas de apoio financeiro, onde os colaboradores podem contar com a ajuda de profissionais especializados para esclarecer dúvidas e tomar decisões financeiras importantes, como a escolha de um plano de saúde ou a compra de um imóvel. Esse apoio financeiro pode ajudar os colaboradores a tomar decisões mais informadas e a evitar erros financeiros que possam afetar sua saúde financeira. Existem cada vez mais profissionais a fazer este trabalho junto das organizações, de uma forma geral, e isso é um bom indicador da relevância que o tema começa a ter.
Como maximizar a eficácia da gestão de finanças pessoais dos colaboradores
Para maximizar a eficácia da gestão de finanças pessoais dos colaboradores, é importante que as empresas realizem um acompanhamento e avaliação contínua dos resultados dessas iniciativas. Isso pode ser feito através de pesquisas de satisfação dos colaboradores e análises de dados financeiros para avaliar o impacto dos programas de educação financeira e benefícios oferecidos. Com base nessas informações, as empresas podem ajustar e melhorar as suas estratégias para garantir que os colaboradores estejam a receber a ajuda que precisam.
Por fim, a gestão de finanças pessoais não deve ser vista apenas como uma responsabilidade individual, mas sim como uma responsabilidade compartilhada entre a empresa e os colaboradores. As empresas que investem no bem-estar financeiro dos seus colaboradores tendem a ter equipes mais motivadas e produtivas, além de uma melhor retenção de talentos. Com o aumento da consciencialização sobre a importância da educação financeira, as empresas têm uma grande oportunidade de liderar a mudança e apoiar os seus colaboradores no caminho para a estabilidade financeira e um futuro mais próspero.
Em resumo, a promoção de uma cultura financeira saudável pode trazer benefícios significativos para as empresas, incluindo o aumento da motivação e produtividade dos colaboradores. Oferecer programas de educação financeira, benefícios de poupança e investimento e apoio financeiro pode ser uma excelente forma de contribuir para a gestão de finanças pessoais dos colaboradores, criando um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.